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Auto Retrato

Demorei, mas voltei.

Dias de correria, inferno astral, cursos, concursos e...aniversário....coisas que me deixaram um pouco ausente e com idéias fervilhando na minha cabeça de borboleta.
Borboleta? Borboleta na idade da loba...
Pois é, senhoras e senhores, cheguei à idade da loba, mas isso é segredo, ok? Ninguém precisa saber que não fiz 36.

Então resolvi fazer um auto retrato (coisa de artista quando não tem o que fazer) e voar por dentro de mim mesma, me mostrando e me redescobrindo um pouco mais.

Me olho por dentro e ainda me vejo criança...como se o tempo não tivesse passado...ou como se tivesse passado sem que eu percebesse. Mas ao mesmo tempo sinto que creci...mudei... Cresci criança e não quero mudar.
Crio meu mundo, pois acho que o mundo é muito grande...e ao mesmo tempo pequeno diante do tamanho dos meus sonhos. E por falar em sonhos, os meus estão bastante definidos, o que não impede que sofram alterações no percurso.
Não entendo como vivo num planeta que gira sem parar e eu nem fico tonta. E nem quero que tentem me explicar...tem coisas que não precisam de explicação. Desistam de tentar me explicar, também, quando, no futebol, uma jogada está impedida.
Rabisco para aliviar a alma e dormir em paz...falo sozinha para preencheer o vazio quando ele vem me visitar.
Coragem tenho de sobra...mas tenho medo de avião, de barata, de monotonia e dos meus impulsos.
Gosto de abraço, de sentir alegria. Rio de coisas bobas...rio de nervoso. Vivo de tentar descomplicar o que insiste em parecer complicado.
Descobri onde quero chegar, mesmo não sabendo ainda como chegar nem quanto falta. Tenho dois pares de asas que me fazem voar alto para alcançar a vista mais bonita.
Detesto meias-palavras, gente morna e amar em silêncio. Palavra é como oração: tem que ser inteira senão perde a força. E força não me falta. Trabalho igual gente grande...sou criança crescida com contas para pagar. Às vezes me perco em tantas coisas que insisto em fazer ao mesmo tempo.
Sou mãe...sou filha...
Choro por tudo...choro por nada...apenas choro.
Sempre encontro uma trilha sonora pra minha vida...sempre me encontro num verso de canção...e acredito que, em algum momento, algum poeta se inspirou em mim, da mesma forma que eu me inspiro neles nos meus escritos.
Amo escrever...amo pessoas...amo voar...amo o mar...
Amo...amo sem medo...sem frases pela metade...sem limites.

Pois bem, moço dos Versos Controversos, a borboleta voltou a voar.

B! (de taBlatura)